A passagem da vida para a morte, na visão de Hipócrates
Diante do litoral da Ásia Menor, na ilha de Cós, cerca de 460 anos antes de Cristo, nasceu Hipócrates, chamado o pai da medicina porque ensinou aos seus discípulos a necessidade de estudar os sintomas de uma enfermidade antes de tentar a sua cura.
Os gregos consideravam Hipócrates descendente de um deus. Ele foi, de fato, uma espécie de médico-sacerdote, ou sacerdote-médico, como haviam sido antes dele diversos membros de sua família, que vinham já, durante muitas gerações, praticando a medicina. Dizem os especialistas que foi ele quem separou a medicina das práticas religiosas do seu tempo.
Quando alguém ficava doente, Hipócrates observava atentamente o curso da enfermidade e buscava saber se todas as pessoas que sofriam de doença similar eram afetadas da mesma maneira.
Em seguida, conhecendo o curso comum da enfermidade, podia prever o que iria acontecer e tomar as precauções necessárias para enfrentar os sintomas que dali adviriam e, assim, lutar com maior eficácia contra o mal.
Não é difícil compreender a importância desse sistema numa época em que os médicos nada sabiam sobre as enfermidades e tratavam os doentes como se a doença de cada dia não tivesse relação com a doença do dia anterior.
Hipócrates tornou os médicos observadores e experimentadores e, embora seu sistema nada tivesse de notável, constituiu uma etapa grandiosa na história da medicina experimental.
Por causa disso, em torno dele agruparam-se numerosos discípulos sequiosos de aprender seus métodos e aplicar suas observações e princípios. Hipócrates fez com que todos eles jurassem solenemente obedecer ao mestre, compartilhar generosamente com os companheiros os conhecimentos que adquirissem, manter uma conduta de absoluta honorabilidade, e jamais divulgar qualquer segredo obtido na sala de consultas.
Os escritos de Hipócrates, cuja obra teve continuadores na grande escola de Alexandria, constituem até hoje um patrimônio da humanidade, conquanto alguns anos depois os médicos se tenham afastado dos princípios por ele ensinados, entregando-se a toda espécie de extravagâncias e loucuras, até o surgimento de Galeno, o sábio grego que nasceu em Pérgamo, no ano 130 depois de Cristo.
Com relação à morte, um dos temas fundamentais do Espiritismo, o pensamento do grande médico grego não difere na essência do que Allan Kardec nos ensinou.
“A passagem da vida para a morte – entendia Hipócrates – não pode ser tão ameaçadora, porque todos nós vamos morrer um dia.”
O grande sábio tem razão. A morte nada mais é que um capítulo de uma existência corpórea, mas diz respeito tão-somente ao corpo físico. A alma não morre, a alma desencarna e, livre dos despojos carnais, prossegue em sua trajetória inextinguível, aprendendo e progredindo sempre, na sucessão dos evos.
Não fosse assim, não haveria nenhuma explicação para a genialidade de vultos como Hipócrates, o grande mestre de todos aqueles que se dedicam à arte de curar pessoas.
Editorial – O Consolador

Afirma Allan Kardec “que se reconhece o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as tendências inferiores”.
Quem se transfigura por dentro, no entanto, pensa por si e quem raciocina por si desata as amarras dos preconceitos e escala renovações, no rumo do conhecimento superior pelas vias do espírito.
É por isso que o raciocínio claro te arrancou ao ninho da sombra.
Não mais para nós o claustro nebuloso da fé petrificada em que se nos desenvolvia o entendimento, em multimilionária gestação.
Cessou para nós a nutrição mental no bojo dos pensamentos convencionais.
Todavia, porque te transferes incessantemente de nível, quase sempre, despertas no mais doloroso tipo de solidão – a solidão dos que trabalham no mundo, a benefício do mundo, mas desajustados no mundo, sem que o mundo os reconheça.
Auxilias – desdenhado.
Trabalhas – padecente.
Edificas – por entre lágrimas.
Compreendes – desdenhado.
Cultivas o bem – e arrasam-te o campo.
Consola – e vergastam-te os sentimentos.
Falas – e frequentemente, as tuas palavras voam sem eco.
Emancipas a própria alma – escravizando-te a deveres maiores.
Ages – as tuas ações nobres sofrem, não raro, o menosprezo dos mais queridos.
Urge perceber, porém, que quantos consomem as próprias energias, na exaltação do
bem, se fazem clarão, e aos que se fazem clarão as sombras não mais oferecem lugar
em meio delas.
Segue, assim, trilha adiante, erguendo a luz para que as trevas não amortalhem, indefinidamente, os valores do espírito.
Se temes a extensão das dificuldades, reflete na semente, a morrer em refúgio anônimo para que a vida se garanta; mas, se o exemplo de um ser pequenino te não satisfaz, medita no ensinamento do maior e mais glorioso espírito que já pisou caminhos terrestres.
Ele também transitou, na estância dos homens, sem pouso certo. Para nascer, socorreu- se da hospitalidade dos animais; enquanto esteve diretamente no mundo, não reteve uma pedra em que resguardar a cabeça…
… Transmitiu a sua mensagem libertadora em recintos de empréstimos e, em vista das sombras não lhe suportarem as eternas fulgurações, já que não poderiam devolvê-lo ao Céu e nem lhe desejavam a presença, junto delas, no chão, deram-se pressa em suspendê-lo na cruz, para que se extinguisse, entre um e outro.
Ele, no entanto, não se agastou, de leve, e qual ocorre à semente que regressa da retorta escura a que foi relegada, convertendo abandono em pão redivivo.
Jesus também, ao terceiro dia, contado sobre o desprezo extremo, voltou, em plenitude de amor, e ao transformar sacrifício em luz renascente, retomou a construção da concórdia e da fraternidade, na Terra, afirmando aos companheiros fracos e espantados:
- “A paz seja convosco”.
Emmanuel.
Chico Xavier.

“Não se esqueça jamais, ao longo da vida, dos recursos espíritas.”
Muitas pessoas já ouviram frase semelhante dita pelo pai, pelo avô ou por um amigo mais experiente, interessados todos em ajudar, em indicar o caminho, em contribuir para que as dificuldades da vida, quer de ordem material, quer de ordem espiritual, possam ser superadas e assimiladas.
A que recursos a frase se refere?
Examinando de perto o assunto, não é difícil deduzir que o conselho diz respeito a três conhecidos recursos, não propriamente espíritas, mas utilizados pelos espíritas – a oração, o Evangelho no lar e o passe magnético.
A importância da oração é por demais conhecida.
Orar no momento de dormir, à hora do despertar e nas principais refeições de cada dia, eis providências abonadas por dois vultos importantes do Espiritismo – Monod e Bezerra de Menezes – e não apresentam nenhuma contraindicação.
A oração, diz-nos Joanna de Ângelis, nos leva a sintonizar com as forças que regem a vida, vitalizando-nos, e somente por isso, independentemente do acolhimento que tenha, faz-nos imenso bem.
O Evangelho no lar, tantas vezes mencionado neste espaço, é outra providência inestimável, porque nos permite elevar nossa alma, ainda que por escassos minutos, a um nível mais elevado de cogitações, lembrando-nos que a criatura humana não é tão somente um corpo dotado de alma, mas uma alma temporariamente revestida de um corpo.
Além do benefício pessoal e direto que colhemos com essa prática, não ignoramos o bem que ela também proporciona àqueles que, livres do corpo físico, buscam o nosso domicílio à procura de ajuda.
Como diz Bezerra de Menezes, muitos dos que partem para a vida espiritual, finda a existência corporal, costumam permanecer apresados à trilha corpórea. Encontram-se desencarnados, mas não libertos; invisíveis, mas não ausentes. A prece e a leitura de uma página do Evangelho podem, sem dúvida, ajudá-los muito na necessária readaptação à vida espiritual.
Quanto ao passe magnético, um recurso terapêutico usado com bastante frequência por Jesus e seus apóstolos, trata-se de algo conhecido de todas as pessoas que costumam ir aos centros espíritas, convictas de que, graças a essa singela prática, podem fortalecer-se para enfrentar as agruras e as dificuldades da vida.
Recomendados expressamente como elementos terapêuticos essenciais na cura das obsessões, os três recursos são igualmente valiosos como medida preventiva na vida de qualquer pessoa, independentemente de suas convicções religiosas, porque se fundamentam, não em dogmas particulares, mas nas leis naturais que o Criador nos legou
Editorial-O Consolador

Kardec estava em Ségur em 9 de agosto de 1863 e a ninguém havia falado sobre o livro no qual estava então trabalhando, cujo título inicial seria Imitação do Evangelho, alterado mais tarde, por sugestões do Sr. Didier e de outras pessoas, para O Evangelho segundo o Espiritismo.
A respeito da obra, conforme podemos ler no livro Obras Póstumas, um Espírito transmitiu a Kardec a seguinte mensagem:
“Esse livro da doutrina terá uma influência considerável; nele abordas questões capitais, e não só o mundo religioso nele encontrará as máximas que lhe são necessárias, mas a vida prática das nações nele haurirão excelentes instruções. Fizeste bem em abordar questões de alta moral prática do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos. A dúvida deve ser destruída; a Terra e as suas populações civilizadas estão preparadas; já faz bastante tempo que os teus amigos de além-túmulo a desbravaram; lança, pois, a semente que te confiamos, porque é tempo de que a Terra gravite na ordem irradiante das esferas, e que saia, enfim, da penumbra e dos nevoeiros intelectuais.”
Aproveitando a oportunidade, Kardec perguntou ao instrutor espiritual: “Que dirá disso o clero?” Ele lhe respondeu:
“O clero clamará heresia, porque verá que nele atacas firmemente as penas eternas e outros pontos sobre os quais apoia a sua influência e o seu crédito; clamará tanto mais que se sentirá muito mais ferido do que pela publicação de O Livro dos Espíritos, do qual a rigor, podia aceitar os princípios dados; mas, no presente, vais entrar num novo caminho onde ele não poderá te seguir. O anátema secreto tornar-se-á oficial, e os Espíritas serão rejeitados junto aos Judeus e aos Pagãos pela Igreja romana. Em compensação, os espíritas verão seu número aumentar, em razão dessa espécie de perseguição, sobretudo vendo os padres acusarem de obra absolutamente demoníaca uma doutrina cuja moralidade brilhará como um raio de Sol pela publicação mesma de teu novo livro, e daqueles que o seguirão.”
No mês seguinte – setembro de 1863 – Kardec se encontrava em Sainte-Adresse, quando recebeu outra comunicação alusiva ao livro em preparo, da qual extraímos este trecho: “Com essa obra, o edifício começa a se livrar de seus alicerces, e já se pode entrever a sua cúpula se desenhar no horizonte. Continua, pois, sem impaciência, como sem cansaço; o monumento estará acabado na hora fixada”.
Os anos correram e, de fato, a obra lançada em abril de 1864 teria, como foi predito, influência considerável na vida de todas as pessoas que a leem e buscam conformar seus atos à orientação que dela emana, fundamentada no ensino moral de Jesus, que Kardec diz ser o roteiro infalível para a felicidade vindoura com que todos sonhamos. O ensino moral contido nos evangelhos é, por sinal, o objeto da obra cujo aniversário de 150 anos todos nós comemoramos.
Editorial- O Consolador

No contexto dos profundos ensinamentos de Jesus sempre estiveram presentes a preocupação e o desejo do Mestre, em mostrar seguros caminhos para que a humanidade, o mais breve possível, pudesse deixar sua condição ainda inferior buscando adquirir patamares de equilíbrio e sublimidade.
O roteiro apontado pelo Cristo, quando entendido e vivenciado na prática, permite às criaturas humanas chegarem à perfeição a que todos estamos destinados. Os outros rumos, que até então temos percorrido, na contramão das imprescindíveis lições do Divino Amigo, nos renderam rios de lágrimas e montanhas de aflições, ao longo dos séculos, nos sugerindo mudanças urgentes.
Quando Jesus Cristo informou que “todo aquele, pois, que se humilhar e se fizer como este menino, esse será maior no Reino dos Céus” (Mateus XVIII: 1-5), deixou bem claro o valor da humildade e da simplicidade, condenando o orgulho que enormes prejuízos tem causado a todos nós.
Devemos, sim, ter a pretensão de ser o maior… em paciência, para convivermos pacificamente com aqueles que ainda se posicionam como causadores de problemas sociais. Maior em amor ao próximo, para servir ao irmão de caminhada que segue seus dias pelos trilhos da dor. Maior em compreensão, para entender aqueles que não pensam e nem agem como gostaríamos que fizessem. Maior no desinteresse pessoal, atuando na direção dos que choram estendendo as mãos suplicantes. Maior na determinação de superar os nossos defeitos e adquirir virtudes que nos aproximem da angelitude. Maior na fé para que possamos compreender as sábias e justas leis divinas, evitando blasfemar quando as circunstâncias divergem daquilo que planejamos. Maior no trabalho em favor de quem apresentar necessidades, sem pedir nada em troca e nem qualquer manifestação de gratidão e reconhecimento.
Para que consigamos, então, ser o “maior no Reino de Deus”, é imprescindível que aniquilemos o orgulho, o egoísmo, o apego aos bens terrenos, a pretensão de superioridade e entendamos que a mais meritória das virtudes consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem segundas intenções.
Conseguindo ser o maior em virtudes, se pressupõe nossa vitória sobre os defeitos, o que, por certo, nos assegurará uma boa posição futura.
Tomando a imagem de um menino, Jesus destaca a pureza de sentimentos, condena a malícia, combate a animosidade e exalta a vivacidade e a alegria que imperam no comportamento dos “pequenos”, nos pedindo que nos assemelhemos a eles.
O símbolo usado nos remete a pensar no perdão às ofensas recebidas, na extinção do ódio que amontoamos no coração, na erradicação da maledicência que cultivamos descuidadamente, na superação da vaidade que nos remete sempre a incontáveis decepções e sobre a vitória aos preconceitos e intolerâncias que insistem em nos fazer, enganosamente, superiores aos outros, pois que na intimidade de um coração infantil não há lugar para nada disso.
Quem desejar, portanto, ser o maior, o mais importante, o mais útil, o mais valoroso, que seja aquele que mais trabalha, que mais ama, que mais serve, que mais promove a paz e a serenidade entre os homens.
Na intimidade das lições de Jesus não encontramos qualquer informação sobre recompensas saudáveis àqueles que passam pela vida pensando em si só ou agindo de forma a causar danos e dissabores aos outros.
Quem planta sementes de flores colherá a beleza e o perfume, quem planta sementes de espinhos…
Meditemos…
Waldenir Aparecido Cuin

“Bem-Aventurados sereis” – Na época, exposta em termos futuros, pois, só à medida em que tomamos conhecimento de uma instrução e a sentimos, é que passamos a experimentar os seus resultados. No caso, Jesus está indicando uma consequência feliz para todos quantos adotem a diretriz que Ele aponta.
“Quando os homens” – Muitas vezes ficamos admirados com as diversidades e divisões existentes entre os homens. Tal fato, entretanto, se explica à luz da Lei de Evolução. Sendo a vida compreendida por cada um à sua maneira, é natural que haja disparidade e mesmo divergência no modo de agir e reagir, porque dispondo de livre-arbítrio, cada qual o utiliza a seu modo. Então, diante de conceitos que se diferenciam, o Cristianismo, que apresenta entre outras coisas, o perdão das ofensas, a renúncia, o Amor aos inimigos, pode ser encarado como doutrina estranha aos interesses de muitos e de Seus seguidores também. E é natural que estes, mais sintonizados com o pensamento do Cristo, sejam, por isso mesmo, alvo das reações negativas dos que não encaram a vida de igual maneira.
“Vos aborrecerem” – Aborrecer: causar tédio, desgosto. Vemos aí a gama de problemas que poderão criar dificuldades, obstáculos e sofrimentos para quem busca empreender a marcha do conhecimento, sob a égide do Cristo. Tais problemas podem assumir vários aspectos da maledicência à perseguição; da indiferença ao desafio. No entanto, não devemos nunca nos preocupar na neutralização desses problemas, contra seu agente. Não é de bom alvitre, nem lícito combater-se pessoas, mas o fato em si. Porque o que nos pode causar aborrecimento não é o maldoso, mas a maldade; não é o mentiroso, mas a mentira; não é o viciado, mas o vício… A questão é saber enfrentar tudo com a paz presente, para que não se perca o estado de bem-aventurança. Deve alimentar a nossa atitude a certeza de que, todos, um dia, como filhos de Deus, hão de transformar-se.
“E quando vos separarem,” – Colocar à margem, manter à parte, não dispensar consideração, congelar, o que se pode dar com a pessoa, com a mensagem por ela veiculada, ou com ambos. O conhecimento dos ensinos de Jesus nos alerta para este fato. Necessário se faz saibamos discernir as produções pessoais, ideias, conceitos, do ser que os transmite para que não venhamos, pela irreflexão, a direcionar qualquer tipo de reação contra quem quer que seja, na criação de novas causas de sofrimento para o porvir. De outro modo, cabe-nos examinar a essência de cada comunicação porque, nem sempre, o seu portador é fiel na sua transmissão. Por falta desse discernimento, temos, no decorrer dos séculos, levado muitos a sofrer e, paralelamente, marginalizado ou rejeitado muitas preciosidades em termos de conteúdo, pela alimentação da vaidade e endurecimento na assimilação das verdades emergentes. Enquanto nos desprezam é uma coisa, mas, quando o fazem com a mensagem, a situação assume novas proporções. A isso, o Mestre se referiu assim: “E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram teria ela permanecido até hoje. Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti”. (Mt. 11:23 e 24). Preciso, também, ter em conta que todos estamos sujeitos aos eventos da aproximação e da separação. Vincular e desvincular são fatos inerentes ao complexo evolutivo. Isto se dá através de transferência de trabalho, de cidades, de planos (reencarnação-desencarnação), de grupos, sempre com vistas à ampliação da capacidade auto-afirmativa, diante de Deus e perante o próximo, com que angariamos, gradativamente, novos caracteres para o progresso da alma.
“E vos injuriarem,” – Injuriar é ofender, insultar, difamar. Precisamos nos conscientizar de que constitui valiosa oportunidade o sermos injuriados por nos esforçarmos por sermos cristãos, aderindo com determinação aos ensinamentos de Jesus, pois implica isso na exemplificação de Suas lições, única maneira de nos tornarmos melhores, aproveitando bem a reencarnação. A virtude compreende, suporta e desculpa as ofensas. De outro lado, é fácil depreender que a presença de quem cultiva um modo de vida responsável, cristão, perturba a todos quantos ainda não atingiram um sistema mais equilibrado, consonante com os ditames do Evangelho.
“E rejeitarem o vosso nome” – Rejeitar refere-se a desprezar, repelir, afastar, não admitir. Rejeitar o nome é colocá-lo à parte. Marginalizar a pessoa e a sua lembrança porque, com sua adesão a padrões renovados, vem se tornando diferente, pondo em risco os valores vigentes no ambiente ou no grupo. Trata-se de um reflexo de alguma coisa que, naturalmente, estará ocorrendo com todo aquele que, identificando uma nova forma de vida, e buscando-a, passa automaticamente, a criar uma nova personalidade, “rejeitando” suas antigas conceituações. “… E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim.” (Gal. 2:20)
“Como mau,” – No conceito do homem vulgar só é bom o que ou quem corresponde ao que ele é e aos seus anseios. Alguém é bom, quando pauta sua vida pelas diretrizes de quem ele assim o considera, e se dispõe a seguir suas pegadas. Como o cristão está em processo de libertação, deve procurar ser autêntico, não diferente, coerente com aquilo que pode recolher dos exemplos de Jesus, independentemente do que pensam os circunstantes. Quando os ditames da consciência conseguem direcionar o sistema de vida, nem sempre, o seu modo de ser pode atender às aspirações e conceitos daqueles que integram o seu ambiente. Segundo o seu grau de sensibilidade e percepção, de seu modo de ser podem surgir situações ou atitudes a gerarem as mais variadas impressões da parte de quem o observe. Quando as mudanças de comportamento se tornam mais nítidas, ostensivas, sob a inspiração do Alto, podem mesmo atingir, sob a tutela da maldade ou da ignorância, manifestas ou veladas atitudes de rejeição, em decorrência dos mecanismos de resistência a toda ideia nova.
“Por causa do Filho do homem.” – Com a disposição de pôr em prática os ensinamentos de Jesus, é perfeitamente normal o surgimento de muitos testemunhos. Tal situação, contudo, só deve ser motivo de alegria, uma vez que expressa o propósito de definição no Bem maior. Neste empenho está em pauta, como causa, Jesus, o Mestre, ou a nova personalidade em processo de elaboração, no íntimo do aprendiz. E, quando alguém consegue perseguir plenamente a meta delineada, laborando o aparecimento do “Filho do homem”, através das mudanças de pensamento e comportamento, encaminha-se para novos campos de evolução, passando a viver numa dimensão superior, desvinculando-se da esteira das reencarnações expiatórias, pelo ajuste em outra faixa de vibrações.
Obra: Luz Imperecível, Coordenação: Honório Onofre de Abreu
O espírita e a Páscoa
O ritual da Páscoa mantém viva a memória da libertação, ao longo de todas as gerações. “Cristo é a nossa Páscoa (libertação), pois Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” – (João, 1:29).
João usou o termo Cordeiro, porque se usava na época de Moisés, sacrificar um cordeiro para agradar á Deus. Portanto, dá-se a ideia de que, Deus sacrificou Jesus para nos libertar dos pecados. Mas para nos libertarmos dos “pecados”, ou seja, dos erros, devemos estar dispostos a contribuir, utilizando os ensinamentos do Cristo como nosso guia. Porque Jesus não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação.
Esta palavra “salvação”, segundo Emmanuel, vale por “reparação”, “restauração”, “refazimento”.
Portanto, “salvação” não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a morte; salvação é “libertação” de compromisso; é regularização de débitos. E, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos outros, não seremos salvos das complicações criados por nós mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade.
Portanto, aproveitemos mais esta data, para revermos os pedidos do Cristo, para “renovarmos” nossas atitudes. Como disse Celso Martins, no livro “Em busca do homem novo”: “Que surja o homem NOVO a partir do homem VELHO. Que do homem velho, coberto de egoísmo, de orgulho, de vaidade, de preconceito, ou seja, coberto de ignorância e inobservância com relação às leis Morais, possa surgir, para ventura de todos nós, o homem novo, gerado sob o influxo revitalizante das palavras e dos exemplos de Jesus Cristo, o grande esquecido por muitos de nós, que se agitam na presente sociedade tecnológica, na atual civilização dita e havida como cristã.
Que este homem novo seja um soldado da Paz neste mundo em guerras. Um lavrador do Bem neste planeta de indiferença e insensibilidade. Um paladino da Justiça neste orbe de injustiças sociais e de tiranias econômicas, políticas e/ou militares. Um defensor da Verdade num plano onde imperam a mentira e o preconceito tantas e tantas vezes em conluios sinistros com as superstições, as crendices e o fanatismo irracional.
Que este homem novo, anseio de todos nós, seja um operário da caridade, como entendia Jesus: Benevolência para com todos, perdão das ofensas, indulgência para com as imperfeições alheias.”
Por isso, nós Espíritas, podemos dizer que, comemoramos a páscoa todos os dias. A busca desta “libertação” e/ou “renovação” é diária, e não somente no dia e mês pré determinado. Queremos nos livrar deste homem velho. Que ainda dá maior importância para o coelhinho, o chocolate, o bacalhau, etc., do que renovar-se. Que acha desrespeito comer carne vermelha no dia em que o Cristo é lembrado na cruz. Sem se dar conta que o desrespeito está em esquecer-se Dele, nos outros 364 dias do ano, quando odiamos, não perdoamos, lesamos o corpo físico com bebidas alcoólicas, cigarro, comidas em excesso, drogas, sexo desregrado, enganamos o próximo, maltratamos o animal, a natureza, quando abortamos, etc. Aliás, fazemos na páscoa o que fazemos no Natal. Duas datas para reflexão. Mas que confundimos, infelizmente, com presentes, festas, comidas, etc.
Portanto, quando uma instituição espírita se propõe a distribuir ovos de páscoa aos carentes não significa que esteja comemorando esse dia, apenas está cumprindo o preceito de caridade, distribuindo um pouco de alegria aos necessitados.
Fonte: Revista Cristã de Espiritismo, escrito por Rudymara
A Páscoa
As passagens da “Bíblia”, ou “Livro da Lei”, ou “Livro Sagrado”, ou ainda, do ‘”Velho ou Antigo Testamento”, como é chamado esse conjunto de registros que traz em seu conteúdo fatos e relatos históricos e religiosos, é considerado, também, como a “Bíblia Hebraica”.
São citações que encerram um período considerado por grande parte da humanidade como o início da civilização humana na Terra, suas lutas, comportamentos, leis, domínios e servidões. Portanto, os assuntos relatados no Velho Testamento não se enquadram, a nosso ver, com os postulados apregoados na implantação da Era Cristã, iniciada a partir do nascimento de Jesus, âncora e balizamento desse advento, o Cristianismo.
Em 1681 foi feita a primeira tradução da Bíblia para a língua portuguesa, cujo feito se deve ao escritor e padre português João Ferreira de Almeida, que posteriormente declinou da fé católica em favor do Calvinismo.
Convém lembrar que a festa da Páscoa é um acontecimento que, para os espíritas, não tem sentido religioso. Porém, para o povo judeu que segue as tradições do Velho Testamento, com justa razão, essa passagem faz sentido. Os judeus respeitam os cinco primeiros livros, que são considerados como escritos por Moisés. Esses livros são, pela ordem: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os demais livros não são levados em conta por muitos deles.
É nesse tempo, em Êxodo, Capítulo 23, versículos de 14 a 19, que se celebram três festas que são cobradas pelo povo, dentre elas, a Páscoa.
A Páscoa (Pesach) foi instituída, então, nesse período da história para festejar a liberdade da escravidão a que esse povo estava submetido, quando nos domínios do Egito, fato ocorrido no mês de abril.
Quando Jesus esteve na Terra, afirmou vivamente que “não mudaria a Lei”. Se assim afirmou, foi em razão das transformações drásticas que introduziu no entendimento religioso, as quais deveriam estar provocando protestos e descontentamento no âmbito das sinagogas, em razão dos conflitos entre as novas orientações e os centenários textos hebreus.
Ora, se Jesus disse que “não mudaria a Lei”, mas todas as leis da disciplina social e religiosa existentes foram mudadas, importa que Ele não estivesse se referindo às leis terrenas, mas, sim, às Leis Divinas, eternas e imutáveis. Assim considerando, qualquer tentativa de associar fatos ou doutrinas inscritas no Velho Testamento não poderá ser acolhida como natural, justamente em razão da transformação radical apresentada. Da penosa Lei de Talião, onde prevalecia o olho por olho e dente por dente, Jesus pregou o amor incondicional ao próximo, ensinando que devia oferecer a face direita aquele que recebesse agressão na esquerda. Dos Dez Mandamentos constantes do Livro Êxodo, Jesus restringiu-os em apenas dois, dizendo ainda que nesses dois estariam incluídos toda a lei e os profetas.
Para os cristãos, e não estamos excluídos, pois somos cristãos-espíritas, além de não dizer respeito aos ensinos de Jesus, a data pode ser considerada como uma oportunidade e pretexto para que se consumasse a traição ao Mestre Divino, quando foi preso, humilhado, martirizado e, por fim, crucificado, pela vontade popular que assim preferiu em benefício de um homicida que a história registrou como sendo ‘Barrabás’. Com esse gesto dos judeus de permitir o sacrifício de quem trouxe a Boa Nova ao mundo, entendemos que a maioria decide sempre, como foi decidido, mas nem sempre vence, pois a vitória está na razão de alcançar o triunfo com êxito brilhante em qualquer campo de ação. E não foi o que houve.
Vladimir Polízio
O COMPROMISSO DO ESPÍRITA
Todos nós estudiosos e frequentadores de centro espírita sabemos que temos vários compromissos a cumprir em consideração aos tantos benefícios recebidos através desta doutrina luminosa que é a Doutrina Espírita.
Começando com Kardec, estudando sempre seus livros básicos para colocar na mente a profunda filosofia espiritualista trazida pelo Espírito de Verdade e seus auxiliares. Educamos o coração com os ensinamentos do Evangelho de Cristo fazendo a reformulação do nosso universo interno; criando o Reino de Deus em nós.
Os compromissos do espírita não são apenas ligações com Kardec e Jesus. Não apenas com seu centro e ao centro que rege sua casa espírita.
O espírita tem obrigações com o universo inteiro. Começando pelo seu planeta Terra e tudo que está contido nele.
Cuidar de seu envoltório físico que é seu livro de estudo no chão planetário.
Há o dever com a família, fazendo-a unida e ciente dos conhecimentos doutrinários. Dando exemplo de moral e amor universal para que sejam absorvidos pelos familiares.
Há o dever com a sociedade, não fomos educados para viver em círculos fechados de família, amigos ou simpatizantes de nossa linha espiritual.
Há o dever de educar as crianças e jovens para evitarem os vícios, fugindo da marginalidade e do crime. Ensinar a moral elevada guiando-os à evolução.
Há o dever com a ecologia: reciclando materiais básicos; cuidando da pureza da água, da terra e do ar.
Há o dever com os animais que são nossos irmãos menores. Vacinando, alimentando e também dando carinho aos seres que possuem todos os sentimentos em embrião.
Há inclusive, o dever de evitar as diferenças que estão ocorrendo em vários centros espíritas onde vemos separações causadas por opiniões diversas que nada contribuem para fortalecer a Doutrina Espírita.
Toda divisão faz perder a força de elevação.
Há o dever de não considerar sua casa espírita melhor do que a outra. Todos os centros possuem ligação com a mesma Luz Divina.
Onde se encontra amor e estudo, aí estão os alicerces da Doutrina dos Espíritos.
Só em um aspecto o espírita não tem compromisso algum: com o mal.
Miryã Kali/MLucia
JANELA DAS ALMAS
O sentimento e a emoção normalmente se transformam em lentes que filtram os acontecimentos, dando-lhes cor e conotação próprias.
De acordo com a estrutura e o momento psicológico, os fatos passam a ter significação que nem sempre corresponde à realidade.
Quem se utiliza de óculos escuros, mesmo diante da claridade solar, passa a ver o dia com menor intensidade de luz.
Na área do relacionamento humano, as ocorrências também assumem contornos de acordo com o estado d´alma das pessoas envolvidas.
É urgente, portanto, a necessidade de conduzir os sentimentos, de modo a equilibrar os fatos em relação a eles.
Uma atitude sensata é um abrir de janelas na alma, a fim de observar bem os sucessos da caminhada humana.
De acordo com a dimensão e o tipo de abertura, será possível observar a vida e vivê-la, de forma agradável, mesmo nos momentos mais difíceis.
Há quem abra janelas na alma para deixar que se externem as impressões negativas, facultando o uso de lentes escuras, que a tudo sombreiam com o toque pessimista de censura e de reclamação.
Coloquemos, nas nossas janelas, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura, a fim de acompanharmos o mundo e o seu cortejo de ocorrências.
O amor nos facultará ampliar o círculo de afetividade, abençoando os nossos amigos com a cortesia, os estímulos encorajadores e a tranquilidade.
A bondade irrigará de esperança os corações ressequidos pelos sofrimentos e as emoções despedaçadas pela aflição dos que se acerquem de nós.
O perdão constituirá a nossa força revigoradora colocada a benefício do delinquente, do mau, do alucinado, que nos busquem.
A ternura espraiará o perfume reconfortante da nossa afabilidade, levantando os caídos e segurando os trôpegos, de modo a impedir-lhes a queda, quando próximos de nós.
As janelas da alma são espaços felizes para que se espalhe a luz, e se realize a comunhão com o bem.
Este é um convite para refletirmos sobre uma realidade especial: a realidade de que tudo na vida conspira a nosso favor; isto é, tudo trabalha para o nosso crescimento íntimo.
Nada que nos acontece visa nosso mal, embora muitas vezes possa parecer assim.
Abrir janelas na alma é tornar-se apto a descobrir essas novas realidades que, se bem compreendidas, tornam nosso viver menos árduo.
A lei de causa e efeito existe para nos educar, e não para nos punir…
A lei da reencarnação existe para nos dar novas oportunidades, e não para nos fazer sofrer…
A lei do amor existe para nos fazer felizes, pois só haverá júbilo em nossa alma quando concedermos a outros esse mesmo sentir – eis o que chamamos caridade.
Abramos janelas em nossa alma, uma a cada dia, e deixemos o sol da compreensão entrar.
Abramos janelas em nossa alma e nos permitamos sonhar, e continuar rumando em busca do sonho.
Abramos janelas em nossa alma e mostremos ao mundo as muitas belezas que existem. Podemos até pensar que não existem, mas tenhamos plena certeza de que sim… Elas estão lá…
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 12, do livro Momentos de felicidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
MENSAGEM DE FELICIDADE
Antes de abrir a caixa de suas mensagens do seu endereço eletrônico, acesse com o usuário Felicidade e a senha Amor, o portal de seu coração, selecione a caixa de mensagens e lá você encontrará o e-mail de Jesus, com a seguinte mensagem:
Queres ser feliz meu filho, então ame, ame intensamente o seu próximo, pois ele é a minha presença em outra roupagem.
Abelha.
JANELA DE DEUS
Nhanhá, de alma aflita
Lembra o filho doente
Em ásperas provas
Que o fez ausente.
Sinhozinho redobra o labor
Assume a carroça
Para esquecer o sofrimento
Rumo ao serviço na roça.
Diz o filho um dia no leito:
Mamãe eu viajarei
Mas, um dia sem dúvida
Ao seu coração retornarei.
Quando chegar a data
Do meu aniversário
Enviarei um violeiro
Como meu emissário.
O bolo na mesa
A expressar calor e alma
Na porta se faz ruído
Alguém bate palma.
Os velhinhos abrem a porta
Um viajante em grande emoção
Canta musica sertaneja
Com a voz do coração.
Na saudade que invade
Entre o céu e a terra
Deus oferta muitas janelas
Da vida imortal que descerra.
Cornélio Pires
(Página psicografada pelo médium Orlando Noronha Carneiro, no Grupo Kardecista Missionário da Luz, em 16/08/2009 – Tiete – São Paulo)
QUANDO
Quando de fato compreendermos a essência do amai-vos uns aos outros,
Como ensinou e viveu nosso senhor Jesus Cristo,
Saberemos definir no vocabulário do caração o que é a felicidade .
Nathanael
(Página psicografada pelo médium Orlando Noronha Carneiro, no Pronto Socorro Espiritual Pais e Filhos, no dia 10/01/2010, Osasco – SP, nas atividades públicas de psicografia